Um dia minha mãe me disse que eu não tinha o direito de passar meus medos, gostos e maus hábitos a meu filho; que não era justo porque ele é um ser completamente distinto de mim e que eu devia respeitar sua natureza e ajudá-lo a formar-se independente de mim. Isso se gravou em mim tão profundamente que trato de me lembrar disso a cada momento que estou com ele. Me ajuda muito a poder dar-lhe uma educação mais objetiva.
Como posso transmitir ao meu filho o amor pelo esforço e pelo trabalho? Partindo da premissa de que eu como posso interessar meu filho em esforçar-se deveria mudar em mim primeiro antes de tentar mudar algo nele, há muitos momentos nos quais me encontro diante da minha própria dificuldade, como protelar algo que seja difícil, momentos nos quais “me deixo ir” porque estou cansada, outros nos quais faço alguma tarefa sem vontade, ou de má vontade. Em todos esses momentos estou influenciando a visão que meu filho está formando sobre o trabalho ou sobre alguma tarefa específica.
No Modelo Educativo Etievan se fala da importância de dar uma educação de amor ao esforço e ao trabalho. Como a fundadora do modelo, Nathalie de Salzmann Etievan, menciona em seu livro Não saber é formidável: “ensinar as crianças a gostar do trabalho e a ver no esforço uma possibilidade de superação e de encontro consigo mesmas é atualmente uma árdua tarefa. É difícil guiá-los até o trabalho como algo bom e agradável, já que basta que eles olhem ao redor para observar uma atitude diferente nos adultos (...)”.

Estou tratando recentemente com meu filho de 1 ano e 4 meses de interessá-lo em me ajudar com algumas tarefas, e dar-lhe um sentido de responsabilidade em certas coisas. Ainda é muito inconstante e tomará um tempo para fixar certos hábitos, mas há ocasiões em que já posso ver como começa a nascer nele uma satisfação depois de haver recolhido seus brinquedos antes do banho, um interesse em me ajudar a levar o lixo para a fora e a ordenar a roupa. Também em trazer seus sapatos quando vamos sair.
O que experimentei é que é muito importante que eu esteja interessada nessas tarefas, que eu esteja participando ativamente também e que façamos as coisas juntos. Quando não tenho esta presença de ânimo (ou que ela não venha de um lugar honesto em mim) há, por consequência, um total desinteresse e resistência por parte do meu filho – até em comer quando tem muita fome!
Por: H.N.B, mãe, educa seus dois filhos com base no modelo Etievan.
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